Olá sonhadores...
Um amigo virtual meu, que não vou citar nome, foi expulso da
casa da avó por colecionar dolls e por ser homosexual.
Então eu me perguntei: A que ponto chegamos?
Vivemos em uma sociedade hipócrita, que tanto diz para
respeitar as diferenças, que é “ser diferente é normal” e tal. Mas e na
prática?
Eu, que sou otaku e colecionadora de groove dolls assumida,
já escutei muita piadinha e ofensa por aí, de gente que posta no facebook que
quer ser respeitada! Por favor, né? Se é preconceituoso, pelo menos assuma ao
invés de ser hipócrita! Ou pelo menos fique quieto mesmo!
Graças à pessoas assim, hipócritas e preconceituosas, que
nossa sociedade está assim. Por que não somos capazes de aceitar que pessoas
que tenham conceitos, gostos e crenças diferentes das nossas, pensando sermos superiores.
Existe outra explicação para países em guerra? Ou que estão na miséria?
Não estou sendo hipócrita. Eu NÃO sou preconceituosa, mas já
fui. E sabe quando foi? Quando eu sabia que gostava de animes, que era fanática
pelo Japão, que queria comprar minha primeira pullip, mas eu não me aceitava,
tinha vergonha de mim, escondi tudo o que sentia e criei uma máscara para me
tornar igual à todas as minhas colegas: Comecei a comprar revistas de fofoca,
usar roupas fora do meu estilo, assistir Rebelde BR, ouvir
Justin Bieber e tal. Dá pra acreditar? Eu me obrigava à gostar de tudo isso só
pra ser aceita por elas.
E eu criticava funkeiro, pagodeiro, gay, nerd, e até otakus.
Eu ilusoriamente pensei ser mais do que quem pensava diferente de mim. Mas olha
só: Eu tinha preconceito até por mim mesma. Eu era a pior de todos que eu
criticava para amenizar minha frustração.
Mas um dia eu estava passando os canais pra assistir o top
10 da MTV por que minhas amigas assistiam. Mas ao passar pela Rede TV!, me
apertou o coração. Estava passando Pokémon, e logo depois Dinossauro Rei, ambos
eram animes. Então eu botei a mão na consciência e pensei: “O que eu estou
fazendo?”.
Deixei naquele mesmo canal, assisti tudo, que sem mesmo nem
perceber, eu abri um leve sorriso. Depois que acabou, fui para o meu quarto, guardei
as revistas de fofoca e arranquei os pôsteres de Restart e Luan Santana e
enfiei tudo numa caixa. Depois, assisti um episódio de K-on! que eu tinha
baixado à muito tempo no meu computador. Me senti feliz como não me sentia
fazia tempo. Eu ria espontaneamente. Uma semana depois, comprei meu primeiro
volume de mangá, logo adquiri figuras de ação de Lucky star, e então veio a
primeira pullip.
Naquele dia em que esqueci do tal Top 10 e assisti Pokémon,
eu percebi que eu só iria ser feliz plenamente depois que assumisse quem eu era,
depois que me aceitasse. Pois somente depois que eu me aceitei, que eu fui
capaz de ser aceita. Não por todos claro. Mas por que se aceitou também. E eu
aprendi a aceitar, compreender e respeitar, sem nenhum resquício de
preconceito. Agora eu era feliz, pura, leve. E percebi que todos, por mais
diferentes que fossem de mim, eles se sentiam como eu me sentia depois que se
assumiram. E felicidade é algo maravilhoso e todos merecem!
A solução do mundo está dentro de cada um, se aceitem. Pois
só assim você vai aceitar o próximo e conquistar respeito. Vamos espalhar
felicidade?
Se é otaku, assuma.
Se é gay, declare seu amor.
Se é nerd, se orgulhe.
Se é funkeiro, rebole até o chão.
Se é pagodeiro, sambe até doer os pés.
Ninguém é mais que ninguém, lembre-se disso. Não importa a
raça, a cor, o gosto, a mente, a história. Somos todos seres humanos
imperfeitos, buscando sempre ser aceitos de alguma forma. E lembre-se: Busque
ser aceito na sua forma verdadeira, ninguém respeita uma máscara.
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